MARY E SUAS LEMBRANÇAS

Itaipava, 12 de agosto de 2009

Algumas coisas eu me lembro bem.  
 Me lembro bem da mão dele, acho até que a minha parece um pouco com a dele.
Mão quadrada, pele morena, veias salientes, unhas largas e o inseparável anel de pedra azul de engenheiro. ( o anel eu não tenho!)
                       
Realmente ele era muito elegante.
Gostava da blusa fechada no colarinho e nos punhos, até no verão!
 
Lembro bem de uma camisas que ele comprava na Aeronáutica, de tecido de algodão azul, que tinha bolso na frente para ele colocar a caneta tinteiro que, volta e meia, vazava e sujava de preto o tecido. Ele mesmo colocava de molho no leite para tirar a mancha.
 
Lembro, também dele fazendo palavras cruzadas, com os óculos mais na ponta do nariz e de vez em quando passando a mão no cabelo. E aqueles pocket books grossos, com aquelas mini letrinhas...até hoje não sei como ele conseguia ler tanto!
 
Lembro, ainda, que ele tinha voltado a dar aulas num colégio público, mas não aguentou a burrice dos alunos e pediu para sair. Imagina só!
 
Lembro dos passeio de trem para Vassouras, Morro Azul, etc. que fazíamos eventualmente. Aquilo era uma verdadeira aventura. Os bancos eram de madeira dura e  o vaso sanitário do banheiro era furado e dava para ver os trilhos. Eu tinha medo!
 
Quando ele quebrou a cabeça na vidraça da sala ele estava correndo atrás do Jororô, mas  não me lembro o motivo. 
 
O nome dos vizinhos, irmãos da Mercedes são: Dado (Antônio Eduardo) e Maqui (Maximiliano), este último já falecido.
 
Me lembrei que o papai quando ia sair de casa perguntava:
Você vai com os que ficam ou fica com os que vão?
Eu, sem pensar, dizia que ía e acabava ficando em casa. Não entendia o porquê!
                                      
Teve uma passagem ótima em que ele foi matricular o Pilvas no colégio São Vicente. Perguntaram na secretaria qual era o nome do filho que ele estava matriculando e o papai só lembrou do PILVAS.
Ele não conseguia lembrar o nome de nascimento.  Como bom prático que era, pediu as listagens dos alunos e lá pelas tantas ele achou: _ Está aqui...JOÃO PAULO RODRIGUES!
 
Ele sempre dava um jeito de visitar você em Itaiçi. Arranjava alguma obra para fiscalizar, não sei, mas lembro que ele volta e meia estava visitando você. Até eu fui uma vez.
                     PAPAI CARLOS

 

PAPAI, TIA YOLANDA E PRIMA CRISTIANE

Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2010

POR ocasião da missa de trigésimo dia do primo José Carlos (de quem muito gostávamos), filho do Tio Anacleto e da TiaYolanda, vim a saber pela Thadea (esposa do José Carlos) e pela Myrian Cristiane (filha deles e minha prima de 2o. grau) de um fato interessante e inusitado.
É que Papai nunca perdia o almoço de aniversário da Tia Yolanda. Consta que adorava um empadão que era especialidade da Tia Yolanda.
Mais ainda, gostava muito da Cristiane e sempre se sentavam juntos e conversavam sem parar...
Para isso, era assim que acontecia: antes de Cristiane casar, ela chegava cedo e guardava o lugar para o Papai.  Depois que casou, ele chegava primeiro e guardava o lugar dela. Ao chegar Cristiane ele nem bem esperava que ela cumprimentasse a todos e naquele jeito bem típico dele apontava com o indicador o lugar vazio mostrando: guardei seu lugar.
Pudera, Cristiane é uma prima que continua tão bonita como era naquele tempo!

 

VIAGEM DE TREM A SÃO PAULO COM PILVAS NO INÍCIO DOS ANOS 70, SIMBA SAFARI etc.

oJoaquim Egídio, Fazenda Guariroba (próximo a Campinas), 20 de junho de 2011, 02:51 am

 

Eu devia ter uns 6 ou 7 anos, logo 1970 ou 1971, e papai teve que fazer uma viagem a SP, alguma coisa de trabalho e fui avisado que eu iria com ele indo e voltando de trem! Achei a notícia dessa “aventura” o máximo! Acho que foi a mamãe ou algum dos irmãos junto com ela que nos levou até a Central do Brasil, naquela época provavelmente no Itamaraty (carro 4 portas da Willys).

 Era de noite e embarcamos numa cabine leito daquele trenzão todo prateado. O quartinho tinha uma cama beliche super confortável mas claro que nos deitamos juntos na cama de baixo que tinha ao lado um janelão. Acho que era a primeira vez que eu andava de trem e eu estava animadíssimo. Papai explicou que a certa altura da viagem eles trocariam a “máquinha”, ou seja a locomotiva, por uma com cremalheira (engrenagem) para subir a serra, e eu não queria perder essa troca por nada e disse que ficaria acordado a viagem “inteira”! Me veio agora a lembrança deliciosa de estar deitado ao lado do papai, ambos de pijamas, naquela cama confortável e quentinha sob o lençol e a colcha e olhando pela janela a medida em que iam passando as estações na saída do Rio de Janeiro, muito bom! Naturalmente eu dormi e não vi mais nada...

 Acordamos na chegada a São Paulo, acho que era a primeira vez que eu visitava essa cidade, mas não me lembro de ter ficado impressionado, acho que naquele tempo a cidade era grande mas para o meu olhar de criança, nada que fosse muito diferente do Rio em termos de tamanho.

Papai foi até uma repartição pública, eu acho, que funcionava numa casa, conversou daqui e dali, viu o que eu acho hoje que eram plantas ou um projeto, e depois saímos dali.

 Acho que ele não fez mais nada de trabalho aquele dia. Pegamos um taxi e fomos ao Simba Safari! Acho que o taxi era um Opala, não tenho certeza, mas me lembro como se fosse ontem das recomendações da pessoa da entrada. Esse Simba Safari para quem não foi, é um Zoológico onde os leões ficam (ou ficavam) completamente soltos e você passava de carro e ia vendo os animais. Bom, na entrada do tal parque o sujeito dizia, óbvio, que não podia sair do carro nem abrir a janela, e ai colocava um fita adesiva prendendo todos os vidros e todas as portas. Fizemos o passeio e foi uma curtição, mesmo que hoje em dia não me lembre nada dos leões mas lembre com clareza a fita adesiva de segurança que prendia as janelas e as portas... É como funciona a cabeça dos Rodrigues, nos atemos a detalhes interessantes e importantes que ninguém mais repara.

 Devemos ter feito um lanche ou almoçado em algum lugar e de tarde pegamos um trem de volta para o Rio. Na estação de trem me apaixonei por um carrinho de brinquedo pequeno, tipo um carro esportivo, e o papai o comprou para mim.

O trem desta vez só tinha cadeiras, me lembro que pareciam todas novas, acolchoadas e coloridas, o trem parecia novinho por dentro, como se fosse um avião dos dias de hoje. Viemos sentados um do lado do outro, ele estava lendo o jornal ou outra coisa e eu ia brincando com o meu carrinho e vendo a viagem passar.

Que delícia de viagem!

Pilvas

 

"GOLDE DE VISTA" PERFEITO...

Pilvas, 16 de junho de 2012, 14:10 

Quando vínhamos de Petrópolis ele parava no ponto de ônibus em frente ao sítio olhava e depois cruzava as pistas para entrar no sítio. Uma vez eu estava com ele no Dodge e ele usou o famoso "golpe de vista" e não olhou direito e começou a cruzar a pista, só que vinha um Opala a toda que meteu o pé no freio e ia bater em cheio na gente aí o papai viu e pisou fundo no acelerador e saiu da frente do outro carro que passou por nós freiando enquanto entrávamos no sítio... Pois o sujeito do Opala voltou e entrou no sítio rasgou o bolso da camisa dele e saiu correndo querendo pegar o papai. Depois todos se acalmaram e ficou tudo bem...

 

POR ENQUANTO TERMINA AQUI...